domingo, 15 de janeiro de 2012

Janeiro de Grandes Espetáculos[Amostra Nacional]: Tango, Bolero e Cha Cha Cha


Neste Janeiro eu resolvi fazer algo de diferente fui ao Teatro Luís Mendonça Filho, aquele do Parque Dona Lindu, durante os dias 13, 14 e 15 às 21h onde assisti Tango Bolero e Cha Cha Cha uma comédia de elenco Global, por um precinho imbatível de R$ 20,00 a inteira. O texto é de Eloy Araújo e a direção geral de Bibi Ferreira. Palavras de Bibi em homenagem ao autor Eloy: “dirigir uma peça é uma coisa que a gente faz quando a peça é boa, quando a peça é ruim não adianta você fazer nada em cima dela”. A representação montada desde 2000 já foi vista por mais de 500 mil espectadores do eixo Brazilian Broadway igualmente mudou muito o elenco ao longo dos anos, menos, as pernas de Edwin Luisi.

Desde o ano passado, está “manbembando”pelo Brasil em temporada popular. Ontem, Iniciou aqui em Recife a temporada de 2012. Em plena sexta feira 13 e sem medo de escada nem de gato preto Lana Lee[1] uma transexual e vedete de fama internacional cujo verdadeiro nome é Daniel Ex-engenheiro, casado com Clarice (Alice Borges) e pai de Denis (Johnny Massaro) que desaparecido por dez anos resolve voltar ao RECIFE com seu Amante Italiano, Peter (Pedro Bosnich) para revelar tudo a sua família.

A primeira noite de Tango Bolero e cha cha cha foi Longa e de casa cheia e cheia de aplausos também – levamos até uma alfinetada de Edwin: “espera, depois vocês aplaudem” – para pouco entusiasmo do elenco que parecia não estar mais tão afinado com a sonoplastia, que diversas vezes sucumbia à voz dos atores e nem com o texto. Este também composto por conflitos de resolução pouco práticas, são notáveis 95 minutos de gargalhadas e marcações dinâmicas and Everybody loves to Cha Cha Cha.

O público ficou de pé novamente ao final para aplaudir o desempenho de Edwin Luisi que encantou com a elaboração vocal feminina, adorável, que passa longe do afeminado afetado tão comum nos palcos, também pelo total domínio de seus adereços e assessórios, além de uma consciência corporal admirável aos 64 anos, andar de salto alto melhor que muitas mulheres e no palco fazer barulhos de bailarino em incontáveis saltos e piruetas de tirar o fôlego. Assim, vê-se um Interprete fazer jus a seus 5 prêmios de melhor ator, foram eles: Shell, APCA, Mambembe, Qualidade Brasil e Governador do Estado; por sua indiscutível atuação.

Tudo faz referência aos elementos característicos do Teatro de Revista a direção de Bibi Ferreira, o cenário, as caretas, a contemporaneidade das músicas, as coreografias bizarras, o improviso, a interação com o público, os figurinos (o da Vedete principalmente), o humor político com piadas efêmeras e contextualizadas, o uso de palavrões (indicação: 14 anos), e o que não poderia faltar, as temáticas populares sobre o homossexualismo e shows de transformistas. Não restam dúvidas sobre a qualidade técnica muito além dos espetáculos que costumamos ver na cidade, por isso, um espetáculo que vale a apena ser visto.

[1] @soulanalee personagem bem construído tem até twitter!