quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O tempo de Viviane Mosé


Quem tem olhos para ver o tempo soprando sulcos na pele,
soprando sulcos na pele,
soprando sulcos?

O tempo andou riscando meu rosto
Com uma navalha fina.
Sem raiva nem rancor
O tempo riscou meu rosto com calma.

(eu parei de lutar contra o tempo,
 ando exercendo instantes, 
acho que ganhei presença)

Acho que a vida anda passando a mão em mim.
A vida anda passando a mão em mim.
A vida anda passando.
Acho que ávida anda.
Acho que a vida anda em mim.
Acho que há vida em mim.
A vida em mim anda passando.
Acho que a vida anda passando a mão em mim.

E por falar em sexo, quem anda me comendo é o tempo.
Na verdade, faz tempo. mas, eu escondia.
Porque ele me pegava a força e por trás.

Um dia resolvi encará-lo de frente e disse: Tempo
Se você tem que me comer
Que seja com o meu consentimento
E me olhando nos olhos

Acho que ganhei o tempo!
De lá pra cá ele tem sido bom comigo,
Dizem que ando até remoçando.

Um comentário:

João MP Junior disse...

Muito pom seus textos - ja pensou em publicar...
http://www.clubedeautores.com.br/book/133570--RifeRaff