sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O olhar

Os olhos atingem todos os níveis de percepção da consciência. Como olho físico, sua função é receber a luz, mas a terceira visão, ou o olho de Shiva (localizado nos intercílios) é receber a luz espiritual. No Bhagavad-Gita os dois olhos são identificados como o Sol e a Lua; o olho direito simboliza a atividade e o futuro - Sol; o olho esquerdo simboliza a passividade e o passado - Lua.
A alma teria dois olhos; um olha para o tempo e o outro para a eternidade; um seria a representação do amor e o outro teria uma função mais intelectiva. Platão, filósofo grego que viveu aproximadamente em 400 a.C., escreveu que "a visão não é apenas o que os outros podem ver na sua função apenas física, ele é móvel e suscetível a uma percepção muito mais global".
Na arte, um olho sem pálpebra é o símbolo da essência e do conhecimento divino e se inserido dentro de um triângulo é um símbolo maçônico e também cristão. Entre os egípcios o olho Udjat era um símbolo sagrado que se encontra em muitas obras de arte; considerado como fonte de fluido mágico é chamado de "olho purificador". Os sarcófagos são ornados em sua maioria com um desenho de dois olhos, pois acreditava-se que assim fosse permitido que o morto observasse o mundo exterior.
Você sabia que sua capacidade de ver é de 50%? Os neurofisiologistas sabem disto. A informação visual por meio dos seus nervos ópticos não percorre diretamente o córtex visual; ela é primeiro filtrada por outras áreas do cérebro. Os estudos sugerem que os outros 50% restantes são compostos a partir de nossas expectativas de como vemos o mundo. Nos primeiros segundos que observamos um objeto, nosso inconsciente envia uma mensagem ao consciente: se gostamos ou não do que estamos visualizando, se existe uma identidade e uma opinião do que vemos etc.
Os olhos são perfeitos no funcionamento do corpo humano. São extensões do encéfalo e as únicas partes visíveis para o mundo exterior. Sua função é parecida com o de uma máquina fotográfica que pode transmitir uma série de imagens de forma ininterrupta fazendo com que o cérebro descarte ou não as informações visuais. A imagem passa primeiro pela córnea, em seguida pelo cristalino, cuja função é focalizar coisas grandes ou não; uma espécie de zoom e entre eles um material líquido.
A íris define a cor dos olhos e também pode identificar se existe algum problema de saúde. A pupila é o diafragma do olho, abrindo ou fechando de acordo com a luz recebida. A retina é a camada de tecido repleto de células sensíveis a luz onde se forma a imagem visualizada. Estudos revelam que os clarividentes têm uma sensibilidade à luz e que durante os fenômenos mediúnicos suas pupilas muitas vezes encontram-se dilatadas.
O terceiro olho é considerado como "visão interior" que atua nos níveis espirituais. Esta manifestação acontece quando o sétimo chackra -- ponto de energia (localizado na moleira), sexto chackra frontal (localizado nos intercílios) e o chackra laríngeo (localizado na garganta) se justapõem-se, quando, por exemplo, uma oração é feita com muita fé formando vólices de energia.
A clarividência nada mais é do que uma percepção extrasensorial que engloba a visão, a audição e a capacidade mental de formar imagens deste plano, independente do passado-presente-futuro. O olhar é divino e corresponde ao olho do mundo: é a porta material e espiritual que abraça o cosmo, fonte de luz e conhecimento.

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